sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sexta

A boca às vezes não fala o que o coração sente
mas até mesmo o coração nem sempre é sincero
a não verdade que se conta com o cérebro, chamamos mentira
a que é dita com o coração, chamamos ilusão
e a não verdade que não é dita, que fica apenas subtendida
essa, na verdade, não chamamos, melhor que não, pelo menos.

Palavras ditas em momentos de euforia
em momentos de profunda tristeza
no calor de uma briga
ou no sorriso de uma reconciliação
quais delas são verdadeiras?
Quais não são?
Ou serão todas verdades de momentos?
Ou todas ilusões?
Ou mesmo mentiras?
E se tudo for verdade? E se nada for?
E se eu ficar louco? E se o poema terminar em interrogações?

A sexta que é dia de farra
pra minha alma é como se fosse mesmo uma festa, da forma que vejo:
Muito barulho, confusão, som ensurdecedor, gente pra lá e pra cá
e uma baita bagunça no final.
Espero algum lucro.

Dor de cabeça
dor no coração
dor na alma
dor nas costas
dor.
Tô ficando chato
tô ficando fraco
tô ficando amargo
tô ficando bravo
tô ficando...

Eu quero mais.

Cicero André



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