sábado, 8 de maio de 2010

Virou moda... Trabalhadores do sistema de Transporte Coletivo ameaçam parar

Os trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Rio Branco ameaçam fazer greve caso não sejam atendidos em suas reivindicações. Desde abril, o sindicato da categoria e o sindicato das empresas se reuniram três vezes, mas não houve acordo. “Os empresários não valorizam motoristas, cobradores, mecânicos e os profissionais que fazem esta cidade se movimentar”, queixa-se a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Celina Costa.

Os trabalhadores reclamam da jornada estressante de serviço que começa às 3 horas da madrugada e vai até às 14 horas, sem direito a café da manhã e almoço. “Quem não tem dinheiro passa fome”, revela o motorista José Afonso, vice-presidente da entidade. “O pior de tudo é que motorista e cobrador não podem fazer greve, pois a população acredita que a tarifa vai aumentar. Mas não existe necessidade, pois o lucro das empresas é fabuloso. Por que eles não mudam de atividade quando dizem que este empreendimento é deficitário? Vão apostar na bolsa de valores!”, argumenta Afonso.

Celina e a diretoria atual do sindicato estão preocupadas porque, geralmente, as greves são consideradas como fator para revisão do valor da tarifa. “Mas não é bem assim. A lucratividade deste setor de serviços é exorbitante. Com a instalação das catracas eletrônicas o lucro é total. Além disso, a população cresceu e a empresa reduziu o intervalo entre ônibus, ampliando o índice de passageiros por quilômetro rodado. Não existem mais passageiros sentados, a população sente isso na pele diariamente”, comenta Celina.

E os empresários não podem reclamar de despesas com manutenção por conta de más condições das vias públicas. “As linhas só ocupam as ruas consideradas filé. A Prefeitura de Rio Branco tem feito investimentos pesados na conservação e ampliação das vias por onde passam ônibus”, comenta Celina.

Para dar uma idéia da indignação da classe, Celina informa que um cobrador tem vencimentos líquidos inferior a um salário mínimo. “O que queremos, mais do que índices de reposição salarial e benefícios, é respeito. Queremos que a população tenha um transporte de qualidade, mas, para tanto, é preciso valorizar esta categoria tão sofrida”, diz.

Celina informa que a categoria está exigindo apenas o que já é respeitado em várias capitais brasileiras, como jornada de sete horas de trabalho sem intervalo. “A intrajornada é um pesadelo para motorista e cobrador, porque se trata de uma folga inútil e estressante no ponto final da linha ou no terminal de ônibus. Quem quer relaxar assim?”, pergunta.

FONTE: Jornal A Tribuna

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